
O ex-deputado federal e ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores Paulo Ferreira será o primeiro gaúcho a ser julgado na Lava-Jato. O petista apresentou as alegações finais no processo que responde na 13ª Vara Federal de Curitiba por desvios na Petrobras. A ação já está com o juiz Sérgio Moro para sentença. No documento apresentado, os advogados de Paulo Ferreira afirmam que os depoimentos dos demais réus e delatores são contraditórios.
"Nos depoimentos, vemos um nítido 'empurra-empurra de responsabilidades' de forma que José Adelmário afirma que todas as supostas negociações entre o núcleo empresarial e político eram realizados por Agenor Franklin Medeiros, que por sua vez, afirma que as referidas negociações eram realizadas por Matheus Coutinho de Sá, apresentado diretamente ao Acusado Peticionário".
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Paulo Ferreira chegou a ser preso em junho de 2016, mas foi solto em 2 de fevereiro deste ano por decisão do juiz Sérgio Moro, após pagar fiança de cerca de R$ 200 mil. Ele é réu no processo que apura irregularidades nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. A denúncia cita os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.
As obras do Cenpes foram investigadas durante a 31ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada no ano passado. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o Consórcio Novo Cenpes pagou R$ 20 milhões em propina para conseguir o contrato para execução das obras do Centro de Pesquisa de Petrobras.
Também são réus no processo Rodrigo Morales, Adir Assad, José Adelmário Pinheiro Filho, Roberto Trombeta, Genésio Schiavinato Júnior, Roberto Ribeiro Capobianco, Erasto Messias da Silva Júnior, Ricardo Pernambuco Backheuser, Edison Freire Coutinho, Renato de Souza Duque, Alexandre Correa de Oliveira Roman, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e José Antônio Marsilio Schwarz.
Paulo Ferreira também é réu em outro processo na Justiça Federal de São Paulo, pela Operação Custo Brasil.