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Delação da JBS 

"O que nós falamos não é verdade", dizem executivos da JBS sobre áudio polêmico 

Em nota, Joesley Batista e Ricardo Saud dizem que não têm conhecimento de "nenhum ato ilícito" cometido por autoridades citadas por eles em diálogo gravado 

Zero Hora

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Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Ricardo Saud, diretor da empresa, emitiram nota conjunta para desmentir supostas irregularidades no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR) citadas por eles em gravação. Na nota, os executivos afirmam que as referências feitas por ambos na conversa "não guardam nenhuma conexão com a verdade".

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O áudio, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugere conduta "em tese criminosa" do ex-procurador Marcello Miller. A conversa deixaria claro que Miller auxiliou os empresários a escrever os anexos que serviriam como base para a delação. O arquivo é uma das novas gravações entregues pela JBS à PGR na semana passada.

Nos novos áudios, também são citados os nomes de três ministros do STF: Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e a presidente da Corte, Cármen Lúcia. Em nenhum deles, há menção ou atribuição a algum tipo de crime.

Na nota em que afirmam que as afirmações gravadas não são verdadeiras, Joesley e Saud pedem desculpas pelo "ato desrespeitoso e vergonhoso".

"Não temos conhecimento de nenhum ato ilícito cometido por nenhuma dessas autoridades. O que nós falamos não é verdade, pedimos as mais sinceras desculpas por este ato desrespeitoso e vergonhoso e reiteramos o nosso mais profundo respeito aos ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal, ao procurador-geral da República e a todos os membros do Ministério Público", finaliza o comunicado.

Os novos áudios entregues à PGR estão no centro da investigação aberta pelo órgão para revisar o acordo de delação da JBS. Na segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em coletiva de imprensa chamada às pressas, que o procedimento visa apurar possível omissão de informação sobre prática de crimes no processo de negociação da delação da JBS. Janot afirmou que se os indícios de irregularidades se confirmarem, o acordo de delação com os executivos da JBS poderá ser cancelado.

No entanto, o procurador fez questão de destacar que uma eventual rescisão da colaboração não vai invalidar provas levantadas no processo.

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