Educação

Vinho desde sempre

Adega pré-histórica é descoberta em Israel

Escavação encontrou recepientes de armazenamento em um local fechado, com resquícios de compostos químicos da bebida

Plos One / Divulgação
Marcações na imagem mostram os locais onde eram os líquidos eram armazenados

Você beberia vinho aromatizado com menta ou mel? Há indícios de que os habitantes da antiga região de Canaã, hoje Israel, faziam isso ainda na pré-História, há mais de 3 mil anos. Pesquisadores da Universidade de Brandeis, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão após uma escavação num palácio da Idade do Bronze, quando foi revelada a existência de uma antiga adega.

O estudo foi publicado na revista PLoS One e serve como uma das poucas evidências de que a produção, distribuição e consumo de vinho eram atividades importantes entre os anos de 1900 e 1600 a.C.

O professor Andrew Koh fez parte do time que encontrou a adega, escondida em um palácio em ruínas localizado em Tel Kabri, cidade ao norte de Israel. Foram encontrados vestígios de 40 garrafas - cada uma com capacidade para estocar 50 litros de vinho.

De acordo com a pesquisa, a estrutura da antiga adega se assemelha muito às atuais em Israel. O departamento de Química da universidade analisou os fragmentos da garrafas e seus resíduos orgânicos. Eles encontraram moléculas de ácido tartárico e siríngico, ambos componentes-chave do vinho.

Também identificaram componentes que, provavelmente, eram populares na produção pré-histórica de vinho, como mel, menta e canela. A receita é semelhante a vinhos medicinais utilizados no Antigo Egito.

A adega estava localizada próximo a um hall onde aconteciam os banquetes, um local onde a elite de Kabri e possivelmente visitantes estrangeiros consumiam carne de cabra e vinho, diz a pesquisa.

Os anfitriões desses banquetes, no entanto, permanecem em mistério. Arqueologistas não descobriram registros nessas ruínas que pudessem indicar quem vivia no palácio, abandonado em 1500 a.C. por razões ainda desconhecidas.

A equipe também descobriu duas portas que levavam à saída da adega - uma para o sul e outra para o oeste. Provavelmente as saídas indicavam o caminho de outras salas de estoque. A confirmação deve chegar quando o estudo for concluído, em 2015.

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