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A ambiciosa campanha de financiamento coletivo criada pelo holandês Boyan Slat, 20 anos, atingiu seu objetivo de arrecadar US$ 2 milhões para dar início ao trabalho de retirar toneladas de plásticos dos mares do planeta. Mais de 38 mil pessoas, de 160 países, contribuíram para que o projeto alcançasse sua meta em cem dias. Em breve, deve ter início a construção de um protótipo: primeiro passo em direção ao sonho de limpar metade do Oceano Pacífico em 10 anos.
Jovem holandês criou projeto para limpar os oceanos
O dinheiro arrecadado será empregado em uma série de testes que, em um tempo estimado em três anos, deve resultar em um método capaz de limpar grande parte do Grande Depósito de Lixo do Pacífico. Findos os testes, começa a execução de fato do projeto, ao longo de um ano, até que sua implementação total seja viabilizada. A ideia é aplicar uma série de barreiras flutuantes capazes de aproveitar as correntes oceânicas para bloquear o lixo encontrado nas águas.
Em seguida, uma plataforma deve reunir o material coletado para que, em períodos regulares, uma embarcação leve todo o lixo embora - sujeira nos oceanos que acabaria sendo reciclada para benefício de todos. A principal vantagem do método, segundo o jovem, está em permitir que os mares sigam seu fluxo normal, em um sistema de limpeza que não ameaça os animais. Mas há um empecilho: com esse método, só é possível reunir o material que fica mais próximo da superfície, nos primeiros 3 metros de profundidade.
O que é o projeto
Sem apoio financeiro de governos ou aporte de instituições para tentar cumprir o objetivo, Boyan criou a fundação The Ocean Cleanup. Concentrando-se no problema dos plásticos, causadores de transtornos à vida de aves, mamíferos e peixes - que podem chegar à cadeia alimentar humana, já que os animais acabam ingerindo substâncias tóxicas -, o jovem imaginou que uma série de barreiras flutuantes seria capaz de aproveitar as correntes oceânicas para bloquear o lixo encontrado nas águas. Todos esses detritos, de difícil acesso para qualquer veículo aquático, seriam reunidos de forma natural, permitindo uma extração posterior eficiente.
A principal vantagem do método, segundo o jovem, está em permitir que os mares sigam seu fluxo normal, sem trazer prejuízos à vida marinha e, ainda assim, juntando o material indesejável em um único local para permitir sua retirada. Em vez de ir até o plástico, as barreiras deixam que o plástico vá até elas e, a partir dali, passe a receber um destino adequado. Com esse método, porém, só é possível reunir o material que fica mais próximo da superfície, nos primeiros 3 metros de profundidade.
- Infelizmente, o plástico não vai embora sozinho. Eu me perguntei: "por que não podemos limpar isso tudo?". Então pensei que, ao distribuir um sistema de longos "braços flutuantes" pelo mar, os oceanos poderiam basicamente fazer a própria limpeza - explica Boyan.
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* Zero Hora