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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deve lançar neste domingo, 7, o satélite Cbers-4, o quinto equipamento Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, resultado de uma parceria entre Brasil e China. Sua produção foi adiantada após o fracasso na tentativa de enviar ao espaço o Cbers-3, em dezembro passado.
Direto da China, todas as etapas do lançamento do equipamento sino-brasileiro serão informadas pelo diretor do Inpe, Leonel Perondi, e pelo coordenador do segmento espacial do Programa CBERS, Antonio Carlos de Oliveira Pereira Junior, ao chefe do Centro de Controle e Rastreio, Pawel Rozenfeld, e demais especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Brasil amplia participação na construção de satélite com a China
A entidade é responsável no Brasil pelo Programa CBERS (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite), realizado em parceria com a China para o desenvolvimento de satélites de observação da Terra. O CBERS-4 é o quinto satélite do Programa CBERS, exemplo bem-sucedido de cooperação em alta tecnologia e um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China.
Veja como o satélite irá funcionar
O lançamento do CBERS-4, inicialmente programado para dezembro de 2015, foi antecipado em um ano devido à falha ocorrida com o foguete chinês, que causou a perda do CBERS-3, em dezembro de 2013. Antes, foram lançados com sucesso o CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003) e CBERS-2B (2007).
Queimadas e desflorestamento vistos de cima
A antecipação significou um desafio a mais para as equipes do Brasil e da China, que tiveram que atender rígidas especificações técnicas de um projeto espacial. As atividades iniciaram em janeiro com o envio para a China da estrutura de carga útil do satélite, que antes estava no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP).
Além dos processos de montagem e integração, a impossibilidade de conserto em órbita tornam necessários rigorosos testes para simular em Terra todas as condições que o satélite irá enfrentar desde o seu lançamento até o fim de sua vida útil no espaço.
As imagens obtidas permitem uma vasta gama de aplicações - desde mapas de queimadas e monitoramento do desflorestamento da Amazônia, da expansão agrícola, até estudos na área de desenvolvimento urbano. Satélites de sensoriamento remoto servem para monitorar o território de países de extensão continental, como o Brasil e a China.
Graças à política de acesso livre, as imagens serão distribuídas gratuitamente a qualquer usuário pela internet, o que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro.