
Pesquisa realizada entre março de 2014 e fevereiro 2015 mostrou que a água de 21 dos 111 rios analisados é tão ruim que não pode ser usada para consumo mesmo depois de tratamento. A análise de 301 pontos de coleta em seis estados brasileiros, feita pela ONG SOS Mata Atlântica, apontou que 23,3% desses mananciais estão com qualidade ruim ou péssima. Entre os rios analisados no Estado, a Lagoa do Peixe, em Mostardas, mostrou qualidade boa, Rio Tramandaí, em Imbé, estava regular e Lago Guaíba, na Barra do Ribeiro, mostrou qualidade ruim.
Mais amplo estudo coordenado pela entidade, o levantamento englobou mananciais de 45 municípios brasileiros, sendo 25 rios de São Paulo e 12 do Rio de Janeiro. Dos resultados medidos, 61,8% apresentaram qualidade regular, 21,6% foram classificados como ruins e 1,7% apresentaram situação péssima. Apenas 15% dos rios e mananciais mostraram boa qualidade (todos em áreas protegidas) e nenhum foi avaliado como ótimo.
Coordenadora do estudo e do programa Rede das Águas, Malu Ribeiro explica que a escassez vivenciada este ano no Estado de São Paulo não se deve a falta de recursos, mas sim ao seu mau uso. Segundo ela, o país vive uma situação de alerta.
- Deixamos vários rios indisponíveis por causa da poluição. A gente teve um grande descaso com esses rios e agora, todos eles evidenciam uma tragédia em comum: a falta de saneamento - afirma, ao atribuir essa poluição a problemas como a falta de tratamento, o desmatamento, a perda de matas em torno dos mananciais e o descarte irregular de resíduos nos cursos d´água.
Diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani diz que a metodologia do estudo e seus resultados devem subsidiar as discussões na área de recursos hídricos em Brasília. A constatação da entidade também subsidiará, segundo ele, a preparação do país para COP21, conferência mundial sobre o clima que ocorre no final do ano, em Paris:
- A sociedade tem que trazer para si essa responsabilidade. Tem que denunciar as moradias irregulares bem como agressões que os nossos rios vêm sofrendo e fazer esses registros sistemáticos, entregando os dados de análise de água.