
Um dos suspeitos de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro afirmou à Polícia Civil que a vítima estava "errada" por estar na comunidade onde foi abusada. Raí de Souza, 22 anos, está preso em Bangu e fez a afirmação em conversa com agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).
– Ali era o lugar dos traficantes nem era o lugar dela. Errada era ela de estar ali. Deus me livre – afirmou, em vídeo gravado pelos policiais e divulgado pelo portal G1.
Além da suspeita de ter participado do estupro, Raí também é investigado por ter gravado as imagens do abuso, compartilhadas nas redes sociais. No celular dele, a polícia encontrou as principais provas do crime: vídeos da menina sofrendo estupro.
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O aparelho foi localizado na casa de um amigo de Raí, a partir de investigação feita pela Polícia em redes sociais. O jovem afirmou que havia destruído o celular. Além do vídeo que havia sido compartilhado na internet, os investigadores encontraram no equipamento outra gravação, que mostra a adolescente tentando reagir às agressões.
No novo vídeo descoberto, com 12 segundos de duração, é possível ver a vítima tentando resistir à abordagem dos homens. De acordo com os policiais, Raphael Belo, um terceiro suspeito preso – outro detido, mas solto por falta de provas, Lucas Perdomo Duarte dos Santos –, responde:
– Não o quê, pô?
E adolescente grita:
– Ai!
Na sequência, Belo tenta introduzir um batom nas partes íntimas da garota.
O aparelho tem também um áudio. Segundo os investigadores, já há provas suficientes para que Raí, Raphael Belo, um homem apelidado de Perninha e Moisés de Lucena, conhecido como Canário, sejam indiciados por estupro. Este último, traficante da região, teria sido identificado pela vítima. Segundo a vítima, Canário segurou-a durante o estupro.
Mais três homens suspeitos de participação no crime estão foragidos: Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, chefe do tráfico no Morro da Barão, Marcelo da Cruz Miranda Correa e Michel Brasil da Silva, que teriam compartilhado os vídeos em redes sociais.
*Com informações de Estadão Conteúdo