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Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, representantes dos sindicatos da Amapergs (Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do RS), Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia), Abergs (Associação de Bombeiros do Estado do RS) e Sindiperícias (Sindicato dos Servidores do Instituto de Perícia) fizeram um balanço da paralisação dos servidores estaduais da segurança e avaliaram como "maciça" a adesão.
A Amapergs diz que, no sistema prisional, não ocorreram audiências. Nas cadeias onde houveram visitas, elas foram reduzidas. Revistas de rotina não foram feitas nos presídios e nas penitenciárias, segundo a entidade.
– Todas as atividades internas estão paralisadas, como o atendimento ao público externo, e as audiências não ocorreram. Os poucos presídios que realizaram visitas fizeram com limitações. Nenhuma operação de rotina de revista, como apreensões de celulares, foi realizada. Sabemos da nossa responsabilidade enquanto servidores da segurança pública, temos limites das nossas ações. Em eventos de maior envergadura, que possam implicar na integridade e na vida das pessoas, os colegas não se omitirão – afirmou Flávio Berneira Júnior, presidente do sindicato da Amapergs.
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Conforme a Ugeirm, a Polícia Civil não está atendendo casos de menor potencial, apenas emergências.
– Na Polícia Civil, não houve nenhum atendimento de menor potencial, somente atendimentos graves. Exemplo: na área judiciária, não chegou nenhuma ocorrência. A Brigada Militar não trouxe ocorrência para nós. Atendemos só casos graves. A adesão foi maciça, a Polícia Civil se mobilizou em todo o Estado hoje – avalia Isaac Ortiz, presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores.
A Associação de Bombeiros do Estado afirma que apenas emergências são atendidas. Vistorias e emissões de alvará, por exemplo, não estão sendo realizadas nesta quinta.
– A atuação traçada foi o fechamento dos departamentos de prevenção de incêndio e as assessorias de análise técnica do Estado. Foi fechado o atendimento ao público, inclusive vistorias em edificações e emissão de alvarás. Continuamos atendendo serviços de emergência, como incêndios e salvamentos – explica Ubirajara Pereira Ramos, presidente da Abergs.
Já segundo o Sindiperícias, devido à paralisação, não estão sendo feitas carteiras de identidade e apenas crimes sexuais são verificados.
– Quem colocou a segurança nesta situação foi o governo do Estado, que editou um decreto que contingenciou gastos. A sociedade está pagando por isso. Não há investimento na segurança – afirma Henrique Bueno Machado, presidente do Sindiperícias-RS.
– Com relação ao IGP, hoje está praticamente parado, observando os 30% previstos na legislação. Carteira de identidade estão prejudicadas. No Departamento Médico Legal, somente estão sendo feitas necropsias. Verificação de violência não está sendo feita, e lesão corporal, só em caso de violência sexual – relata Machado.
O bloco da segurança é composto por três sindicatos (Ugeirm, Amapergs e Sindiperícias) e quatro associações (Asstbm, Abamf, Abergs, Aofergs).