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Agentes da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ainda procuram os autores dos disparos que mataram Shaiene da Silva, chamada pelo nome social Rafinha Silva, 17 anos, no limite dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus, na região central de Porto Alegre. O crime que impressionou a própria polícia pela violência como foi executado completa um mês nesta quinta-feira.
Rafinha foi morta por volta das 21h30min na esquina da Rua Barão do Gravataí com a Travessa Pesqueiro. Foram 17 disparos. Boa parte dos tiros atingiu no rosto e pelo menos três foram pelas costas. Depois, a adolescente foi atropelada, ficou presa pela roupa no veículo dos suspeitos e foi arrastada por cerca de 60 metros. Na cena do crime, foram encontrados estojos de munições de calibre 380 e 9 milímetros.
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As imagens de câmeras de segurança da região, obtidas durante o inquérito, não ajudaram na investigação. Mostram o crime de longe e não identificam os suspeitos, que estão sendo procurados desde o dia 27 de setembro.
De acordo com o delegado Cassiano Cabral, da 3ª DHPP, as motivações ainda não estão esclarecidas, mas a hipótese de que há relação entre facções segue como a mais provável. Mesmo assim, Cabral preferiu não dar detalhes sobre a investigação.
– As investigações estão bem avançadas. Faltam provas suficientes, mas em breve teremos novidade – afirma o delegado Cassiano Cabral, da 3ª DHPP, que está substituindo o delegado Adriano Melgaço, titular da 2ª DHPP, onde o inquérito está em andamento.
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Rafinha estava em Porto Alegre há dois meses. Moradora do bairro Santa Tereza, na Vila Cruzeiro, a adolescente deixou a Capital para morar com familiares na Região Metropolitana. Perdeu a mãe por problemas respiratórios, em dezembro do ano passado, e o pai, que morreu de câncer quando ela tinha 13 anos.
Pessoas próximas, que preferiram não ser identificadas, disseram que ela não tinha envolvimento com o tráfico de drogas, mas que conservava amizades no meio. O fato de ter estreitado laços com pessoas de grupos rivais pode ter motivado a morte, suspeitam.
*Zero Hora