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Manifestações de vereadores de Caxias do Sul nesta terça-feira condenaram a criação de um "serviço de inteligência municipal" pela prefeitura, insinuando que seria um trabalho de espionagem e extrapolaria a prerrogativa do município. Contudo, a Secretaria Municipal de Segurança Pública garante que o serviço não tem tal finalidade. Pedido do ex-secretário José Francisco Mallmann, a Diretoria de Inteligência da Segurança Pública atuará como um observatório para coleta e análise de informações sobre a violência para subsidiar ações como a Operação Cerca Viva ou a distribuição dos guardas municipais nas ruas.
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Contratado em fevereiro, o assessor Cesar Torres é um dos responsáveis por elaborar a estrutura do novo setor. Segundo ele, o serviço é um ramo técnico e científico baseado na Doutrina Nacional de Inteligência em Segurança Pública do Ministério da Justiça. O intuito é compilar dados para elaborar um cenário da segurança pública em Caxias do Sul. A ideia não seria inédita, um projeto parecido havia sido prometido na criação da pasta pelo então secretário da Segurança Roberto Louzada.
– É uma iniciativa pioneira do secretário Mallmann que facilitará a integração com os órgãos policiais. Com a criação de um banco de dados e a elaboração de mapas do crime, poderemos pontuar problemas e quem está sendo afetado, além de direcionar esta informações ao órgão responsável – explica.
A Diretoria de Inteligência é planejada desde dezembro, quando o ex-delegado federal foi convidado para a pasta pelo prefeito Daniel Guerra. O serviço conta com Cesar Torres, que deverá ser nomeado diretor após a aprovação do novo setor pela Câmara de Vereadores, e o guarda municipal Elias Figueira. A intenção é contratar outros dois servidores, sendo um deles especialista em georreferenciamento (elaboração de mapas). A decisão, porém, depende da situação econômica da prefeitura.
– É nossa responsabilidade, também, receber denúncias e atos de anormalidades na rua. A prefeitura conta com diversos profissionais, como fiscais de Trânsito e do Urbanismo, que veem muita coisa em seu cotidiano. Agora, eles terão para quem reportar. É um trabalho que será desenvolvido aos poucos. O primeiro passo, já em andamento, é treinar os guardas municipais para ter este outro olhar (sobre os problemas da cidade) – aponta Torres.