
A defesa do ministro do Planejamento, Romero Jucá, confirma que ele teve um encontro com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, mas nega que o objetivo da conversa tenha sido traçar um plano para conter o avanço da Operação Lava-Jato.
Segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a conversa entre os dois foi "totalmente republicana". Ele alega que o peemedebista jamais teve a intenção de interferir nas investigações sobre o esquema de corrupção em contratos da Petrobras.
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Segundo Kakay, "juridicamente" não há "nenhuma gravidade" no que teor da gravação que foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira.
– Em uma hora e 15 minutos de conversa, aquilo é o que virou notícia? Isso não nos preocupa em nada – comentou.
Nas conversas, que estão em poder dos investigadores do esquema de corrupção na Petrobras e ocorreram semanas antes da votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, Jucá disse, sem citar nomes, que tinha conversado sobre a necessidade de brecar a Lava-Jato com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele declarou que um governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional com o STF.
– Tem que mudar o governo para estancar essa sangria – relatou o atual ministro do Planejamento a Machado.
Tanto Jucá, que tem mandato de senador pelo PMDB de Roraima, quanto Machado, que tinha apoio político do partido para comandar a subsidiária da Petrobras, estão entre os alvos da operação.
A suspeita de aliados do ministro é de que a gravação tenha sido feita por Machado, que pode estar negociando um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
O ex-presidente da Transpetro teria passado a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas ao juiz Sergio Moro, em Curitiba.