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O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, ironizou a crítica da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) à suspensão das diligências no inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O inquérito foi autorizado por Mendes, mas suspenso 24 horas depois.
– Posso fazer uma ironia sobre a presidente Dilma? Vou só falar sobre a presidente Dilma nos autos – afirmou Gilmar Mendes, nesta sexta-feira, em visita ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
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Em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, publicada na quinta-feira, pelo site The Intercept, Dilma afirmou julgar "estranha" a suspensão.
– Pelo que eu saiba, nenhuma ação teria sido suspensa até então, nenhum ação de pessoas investigadas pela Lava-Jato – comentou.
A petista pontuou que Mendes é apenas um dos integrantes do STF e que nem todos têm a mesma posição "visivelmente militante" do juiz.
– Acho que no Brasil nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. Quando se investiga, que se investiguem todos. Ninguém pode ser poupado da investigação – defendeu Dilma, que é alvo de um pedido de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no Supremo.
Gilmar Mendes é relator, no TSE, da prestação de contas da presidente afastada referente às eleições de 2014. No ano passado, o ministro pediu a investigação de suposta prática de atos ilícitos na campanha que reelegeu Dilma mesmo após as contas da petista terem sido aprovadas com ressalvas pelo TSE. A determinação teve como base informações reveladas pela Operação Lava-Jato de que a campanha foi financiada com recursos desviados da Petrobras.
Além da prestação de contas do partido, tramitam no TSE quatro ações questionando supostas irregularidades nas contas da chapa eleita em 2014 e que pedem a cassação do mandato de Dilma e do presidente interino Michel Temer (PMDB), as quais estão sob a relatoria da ministra Maria Thereza de Assis Moura.