
No momento em que o Conselho de Ética da Câmara vota o relatório que pede a cassação de mandato do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a força tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba pede a condenação do deputado por improbidade administrativa, o presidente interino Michel Temer, aliado do peemedebista, disse que o Executivo não vai interferir nos demais Poderes.
– São matérias do Legislativo e do Judiciário – respondeu Temer, em entrevista, depois de visitar as instalações do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e se reunir com ministros e autoridades estaduais e municipais. Temer disse que, ao assumir interinamente a presidência, pregou a "reconstitucionalização" do país.
– É preciso acabar com o Executivo se meter nas coisas do Legislativo e do Judiciário – declarou.
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A força tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Lava-Jato, em Curitiba, protocolou, na segunda-feira, ação civil pública por improbidade de Cunha, apontado como beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras. Os procuradores pedem reparação de danos no valor de US$ 10 milhões (R$ 35 milhões), a perda dos bens adquiridos de forma ilícita e indisponibilidade de bens. Também pedem a suspensão dos direitos políticos de Cunha por dez anos. Na Câmara, o Conselho de Ética vota na tarde desta terça-feira o parecer pela cassação do mandato de Cunha.
*Estadão Conteúdo