
A força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, no Paraná, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira documentos da operação sobre as movimentações suspeitas do marqueteiro das campanhas eleitorais de Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Lula (2006), João Santana, para a ação movida pelo PSDB na Corte Eleitoral que pede a impugnação do mandato de Dilma e Temer, que compuseram a mesma chapa nas eleições presidenciais em 2014.
Ao todo são 78 documentos, incluindo os comprovantes de pagamentos que somam quase US$ 7 milhões nas contas da offshore Shellbill Finance mantida por Santana e sua mulher e sócia, Monica Moura, e que deram origem a uma ação penal da Lava-Jato contra o casal perante o juiz Sergio Moro.
Leia mais:
Conta de João Santana teria recebido US$ 16,6 milhões da Odebrecht
Janot afirma estar provado que Eduardo Cunha é titular de conta na Suíça
Temer diz que limitação dos gastos públicos é um "corte na carne"
Os materiais serão utilizados como prova emprestada e podem ser utilizados para complementar a ação em curso no TSE que pode destituir até o presidente interino Michel Temer (PMDB), caso sejam comprovadas irregularidades.
Este já é segundo montante de documentos da Lava-Jato encaminhado à ação movida no TSE com o avanço das investigações, ainda em 2014. Em maio, foram encaminhados à Corte Eleitoral 165 documentos da operação envolvendo delações que relacionam as doações ao PT ao esquema de corrupção na estatal petrolífera.
Os compartilhamentos atendem a pedidos do próprio TSE na Ação de Investigação Judicial Eleitoral movida pela chapa derrotada nas eleições em 2014. A reportagem tentou contato com a assessoria de Dilma, mas obteve retorno.
