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O presidente interino, Michel Temer, anunciou nesta quarta-feira o jurista Torquato Jardim como novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Jardim defendeu a criação de regras para acordos de leniência com empresas envolvidas em corrupção.
– Leniência vai ser uma prioridade, porque, se a prioridade é retomar o crescimento econômico, gerar emprego e investimento, temos que ter um quadro legal que reabsorva legalmente as empresas com mercado de trabalho de negócio com o governo – disse.
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Segundo ele, ainda não está definido como serão enviadas ao Congresso sugestões para alterar as atuais regras.
– Não me falaram se vai ser projeto de lei ou medida provisória – comentou.
Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jardim tem experiência na área do Direito Eleitoral. Em 2013, atuou como advogado no processo para registrar a Rede, partido da ex-ministra Marina Silva. Como advogado, representou o PP em São Paulo e integrantes do antigo PFL, como Jorge Bornhausen.
Cota
A escolha teve aval do PMDB do Senado, inclusive do presidente da Casa, Renan Calheiros (AL). Jardim substitui Fabiano Silveira, que deixou a pasta após a divulgação de conversas em que ele critica a Operação Lava-Jato e orienta Renan, que é investigado. Apesar do aval, o novo ministro é considerado da cota pessoal de Temer, com quem diz ter amizade há 35 anos.