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Cerca de 5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, compareceram neste domingo à Esplanada dos Ministérios em um ato a favor do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Eles também expressaram apoio à Operação Lava-Jato, pediram o fim do foro privilegiado e protestaram contra a corrupção. Inicialmente, a PM tinha estimado em 3 mil o número de participantes, mas informou que até o fim do protesto, previsto para as 14h, o número chegaria a 5 mil.
A estimativa é bem menor que a dos organizadores do protesto: Vem pra Rua, Nas ruas e Movimento Limpa Brasil, que chegaram a falar em 10 mil participantes. Os manifestantes concentraram-se ao lado do Museu da República e, de lá, seguiram para a frente do Congresso Nacional.
– Viemos reforçar que a nossa luta não parou – disse Ricardo Noronha, um dos integrantes do Movimento Limpa Brasil.
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Os organizadores disseram acreditar que o número de pessoas nos protestos vai aumentar quando começar o julgamento final do impeachment.
– Queremos a saída definitiva de Dilma. Os crimes de responsabilidade dela foram comprovados na Comissão do Impeachment e no TCU (Tribunal da Contas da União) – afirmou Jailton Almeida, um dos coordenadores do Vem pra Rua.
Algumas pessoas seguravam faixas de apoio ao juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava-Jato na primeira instância. Moro foi um dos mais citados nos discursos realizados nos carros de som. Manifestantes chegaram a entoar "Parabéns a Você" no gramado em frente ao Congresso Nacional, como homenagem ao juiz que completa 44 anos na segunda-feira.
O projeto de iniciativa popular com dez medidas de combate à corrupção era comumente citado como forma de "melhorar" o país.
– Somos favoráveis ao projeto e queremos a sua aprovação o quanto antes – defendeu Noronha.
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Mais uma vez, a maioria das pessoas saíram vestidas de verde e amarelo. Algumas, com cartazes e faixas, pediam a saída de Dilma. Outras reivindicavam medidas mais duras de combate à corrupção. Havia também quem se posicionava pelo fim do foro privilegiado para políticos, ministros e membros do Poder Judiciário.
O agropecuarista Dirceu Guerra, 66 anos, veio do município goiano de Rio Verde para participar do protesto.
– Precisamos que o Judiciário puna de maneira mais severa os corruptos – disse.
Ao lado da filha, Adriana, Dirceu deu mais uma sugestão para evitar casos de corrupção de políticos: acabar com a reeleição.
– Ela ajudou bastante na formação de quadrilhas que só tinham como objetivo permanecer no poder. Daí faziam todos os conchavos possíveis para se manter – declarou.
Alguns bonecos infláveis, conhecidos como pixulecos, apareceram nas mãos dos manifestantes. Entre eles, o de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bonecos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot também se faziam presentes. Os ministros do STF Dias Tofolli e Teori Zavaski também foram alvos de protestos.
Grupos menores também estiveram presentes, com reivindicações como retorno da monarquia e intervenção militar. Integrantes do Movimento Democracia Direta, que defende a saída de Dilma Rousseff e do presidente interino Michel Temer, precisaram ser escoltados pela PM após um princípio de confronto com manifestantes contrários a Dilma, mas favoráveis à permanência de Temer. Até pouco antes do fim do protesto, os bombeiros não tinham registrado atendimentos.
*Agência Brasil