
Depois de discursar por 46 minutos, Dilma Rousseff passou quase duas horas e meia ouvindo e respondendo a questões levantadas pelos senadores na manhã desta segunda-feira. Na arguição contra o que disse o sétimo parlamentar a usar a palavra foi que a presidente afastada mudou o tom de voz.
Aloysio Nunes Ferreira (PSBD-SP) acusou a petista de cometer crimes de responsabilidade "de caso pensado". O tucano questionou ainda por que Dilma faz uso da palavra "golpe" se ela tem tido direito à defesa.
Leia mais:
Todas as notícias sobre o impeachment
Confira a íntegra do discurso de Dilma Rousseff
Placar do impeachment: como cada senador deve votar
Ele perguntou por quais motivos Dilma não recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao MP em relação ao impeachment, mas sim a um órgão internacional, no caso a ONU.
– Você, ao contrário de Jango (no golpe de 1964), tem a recorrer – disse Aloysio.
Dilma responde que ela recorre de acordo com a Constituição.
– Ela (a Constitutição) determina que são vocês quem tem que me julgar. A hora que julgarem e condenarem uma presidente inocente é um golpe. Não acabei de tratar o assunto aqui. Por que não recorri ao Supremo? Ora, porque vocês ainda não votaram – respondeu acidamente Dilma. – Esse processo fundamentalmente passa pelos senadores e senadoras. Estou aqui a respeitá-los os respondendo.
Em seguida, o senador José Medeiros (PSD-MT) teve oportunidade de falar e perguntou se Dilma iria continuar com as "lampanas (mentiras) contadas nas eleições de 2014".
Dilma respondeu que prefere se ater ao que está sendo discutido no processo de impeachment e fala de políticas de sua gestão para tentar combater a crise.
Assim como o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), Lasier Martins (PDT-RS) fez perguntas sobre supostos crimes de responsabilidade. O senador gaúcho questionou se Dilma não foi alertada sobre problemas em decretos e outras questões fiscais.
– Não é possível que não tenha visto a gravidade da roubalheira da Petrobrás – disse Lasier.
Dilma afirmou que já está repetindo respostas, mas colocou os óculos e leu um trecho da Constituição que trata sobre decretos de créditos suplementares em resposta ao senador.
– Não é o presidente da República o responsável pelo Plano Safra. É uma lei, aprovada pelo Congresso – disse ela. – Constituição proíbe créditos suplementares desde que não haja autorização legislativa. Ocorre que a LOA 2015 é uma autorização legislativa. Autoriza e diz em que condições.
Logo em seguida, a sessão foi suspensa por uma hora para almoço e será retomada as 14h, iniciando com a fala de Aécio Neves.
Veja quem são os senadores inscritos a falar:
1. Senadora Kátia Abreu
2. Senadora Ana Amélia
3. Senador Ricardo Ferraço
4. Senador Roberto Requião
5. Senador Antonio Anastasia
6. Senadora Simone Tebet
7. Senador Aloysio Nunes Ferreira
8. Senador José Medeiros
9. Senador Paulo Bauer
10. Senador Lasier Martins
11. Senador Aécio Neves
12. Senador Ronaldo Caiado
13. Senadora Lídice da Mata
14. Senador Magno Malta
15. Senador Hélio José
16. Senadora Vanessa Grazziotin
17. Senador Cássio Cunha Lima
18. Senador Cidinho Santos
19. Senador Armando Monteiro
20. Senador Eduardo Amorim
21. Senador Acir Gurgacz
22. Senadora Gleisi Hoffmann
23. Senador Paulo Paim
24. Senador José Aníbal
25. Senador Ataídes Oliveira
26. Senador Alvaro Dias
27. Senador Lindbergh Farias
28. Senador Tasso Jereissati
29. Senador Roberto Rocha
30. Senadora Regina Sousa
31. Senador Humberto Costa
32. Senador Jorge Viana
33. Senadora Lúcia Vânia
34. Senadora Angela Portela
35. Senador Reguffe
36. Senador José Agripino
37. Senador Randolfe Rodrigues
38. Senador Flexa Ribeiro
39. Senador José Pimentel
40. Senador Paulo Rocha
41. Senadora Fátima Bezerra
42. Senador Cristovam Buarque
43. Senador João Capiberibe
44. Senador Waldemir Moka
45. Senadora Rose de Freitas
46. Senador Dalirio Beber
47. Senador Telmário Mota
48. Senador Sérgio Petecão
49. Senador Zeze Perrella