Política

Após o impeachment

E agora, Temer? Governo prepara ofensiva na área social

Bandeiras da gestão petista, Bolsa Família, reforma agrária e reforma de casas populares são alvos iniciais

Guilherme Mazui / RBS Brasília

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Michel Temer prepara uma ofensiva na área social, principal vitrine dos 13 anos de governo do PT. A partir de setembro, o presidente planeja anunciar novidades no Bolsa Família, na reforma agrária e na reforma de casas populares.

Um dos primeiros lançamentos deve ocorrer na segunda quinzena de setembro. Concebido pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Criança Feliz vai ampliar o Brasil Carinhoso, criado pelo PT. Voltado à primeira infância, o programa quer atender 4 milhões de crianças de zero a quatro anos dentro de famílias do Bolsa Família. Uma vez por semana, elas serão visitadas por profissionais que darão orientações para estimular o desenvolvimento dos pequenos.

Um projeto com startups para jovens do Bolsa Família será testado nos próximos meses. O governo ainda planeja incentivos para combater a informalidade no mercado de trabalho verificada entre pessoas que recebem o benefício. Dentro do programa, quem conseguir emprego com carteira assinada receberá o Bolsa Família por um ou dois anos.

– Muita gente prefere não assinar carteira para seguir com o benefício. Será a maior formalização da história do mercado de trabalho – aposta o ministro Osmar Terra, que deflagrou um pente-fino para combater fraudes no Bolsa Família.

– O Bolsa será preservado, inclusive segue o mesmo nome. Estamos apenas melhorando o controle – diz.

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Temer também deve anunciar em setembro mudanças na política de reforma agrária, repassando aos assentados o título de domínio de propriedade das áreas. A medida visa reduzir a influência do MST. Na habitação, um programa com liberação de crédito para que famílias de baixa renda façam reformas em suas casas está no forno.

O Planalto denota atenção especial à área social, ciente de que alguns programas terão menos recursos diante da necessidade de efetivar o ajuste fiscal. Os lançamentos tentam contrapor o discurso do PT de desmonte na área, usado durante o julgamento do impeachment e que dará o tom da atuação do partido nos próximos anos.

– Vão realizar ajuste fiscal em cima dos mais pobres. É um governo com agenda de atraso – afirma Miguel Rossetto, ministro de Dilma Rousseff.

Na educação, bandeira do segundo mandato de Dilma, Temer já promoveu mudanças no Ciência sem Fronteiras, com a extinção das bolsas para graduação, dando prioridade a pós-graduandos e a alunos do ensino médio de escolas públicas. Já o Pronatec deve ser repaginado.


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