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Poucas horas após ser empossado como presidente da República, Michel Temer embarcou para a China para participar da reunião do G-20 – grupo das maiores economias do mundo. A insistência em manter a agenda internacional, segundo ele, tem como objetivo mostrar ao mundo que o Brasil volta à normalidade jurídica e buscar a atração de investimentos externos.
Na China, além de participar da reunião de cúpula do G-20, Temer deve se reunir com investidores e participar do encerramento de um seminário, em Xangai, na qual estarão presentes empresários brasileiros e investidores chineses.
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– Estamos viajando para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica. Não estou viajando a passeio – declarou Temer, ontem à tarde, pedindo ajuda dos ministros para divulgar a agenda na Ásia em tom positivo.
Nas reuniões com investidores estrangeiros – e nos encontros bilaterais que deverá ter com os líderes da China (Xi Jinping), da Espanha (Mariano Rajoy) e da Itália (Matteo Renzi), além do príncipe da Arábia Saudita (Mohammed Bin Nayef), Temer pretende sinalizar que o Brasil está retomando sua atividade econômica e, assim, transmitir a ideia de que o país é seguro para receber investimentos.
Nesse sentido, a equipe econômica dispõe de uma lista de projetos que serão concedidos nos próximos meses à iniciativa privada, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, para que seja apresentada aos empresários. Os chineses têm interesse em investir na infraestrutura, principalmente em ferrovias para o escoamento de commodities com destino ao país.
O interesse chinês abrange, além de estradas de ferros, aviação, petróleo e obras de metrô, entre outras áreas de negócios.
Com o objetivo de votar medidas econômicas na próxima semana, como a proposta do teto dos gastos e a medida provisória que administra o programa de concessões em infraestrutura, Temer pediu ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que não viajasse para a China.
Ele permanece em Brasília para ajudar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu interinamente a Presidência da República.
O deputado federal recebeu o cargo de Temer durante rápida cerimônia antes do embarque do presidente e sua comitiva à China, cuja viagem era estimada em cerca de 30 horas. O retorno ao Brasil está previsto para a manhã do dia 7 de setembro, quando Temer participará da cerimônia do dia da Pátria e, depois, seguirá ao Rio de Janeiro, onde será realizada a abertura da Paraolimpíada.
– A comitiva de Temer inclui o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o de Relações Exteriores, José Serra, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de deputados federais.
– Ministros como o da Agricultura, Blairo Maggi, e o dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, viajaram antes, já que têm ampla agenda com empresários e investidores de suas áreas.
– O avião presidencial (Airbus A319) tem uma suíte para Temer, além de uma espécie de ala vip, com amplas cadeiras e mesas de escritório para realizar reuniões. A primeira-dama, Marcela Temer, não acompanhará o marido.
– Temer pretende se reunir com o presidente chinês, Xo Jinping. Ainda há diversos encontros bilaterais pré-agendados, com os primeiros-ministros de Espanha e Itália, com o príncipe da Arábia Saudita e com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo.
– A agenda principal na China será o encontro dos líderes do G-20, no domingo e na segunda-feira.
* Zero Hora, com agências