
Um dos depoimentos que ajudou a deflagrar a Operação Omertá, 35ª fase da Lava-Jato desencadeada nesta segunda-feira e que prendeu o ex-mistro Antonio Palocci, é do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em delação premiada, ele falou a policiais federais e procuradores da República que o PP (partido pelo qual foi indicado ao cargo) foi obrigado a doar R$ 2 milhões em 2010 para a campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
O pedido foi feito a Costa, segundo ele, pelo doleiro Alberto Yousseff. Ele teria repassado a encomenda feita por Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e arrecadador de campanha de Dilma.
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Palocci estaria pedindo contribuições a vários partidos da coligação ligada a Lula-Dilma. Conforme Paulo Roberto Costa, ele sabia que o dinheiro seria oriundo de superfaturamento de contratos da Petrobras.
Outro embasamento da Operação Omertá é a ligação de Palocci com a empreiteira Odebrecht. Ele seria um dos beneficiados pelo "setor de Operações Estruturadas", um departamento da empresa criado para repassar propinas a políticos. Em troca de favorecimentos à Odebrecht, o ex-ministro teria atuado como lobista da construtora, favorecendo-a em negócios apadrinhados pelo governo, no Brasil e no Exterior.