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Depois de uma reunião de mais de três horas em uma galeteria na Avenida Pernambuco, em Porto Alegre, o PDT decidiu adiar para março a decisão sobre desembarcar do governo José Ivo Sartori. Inicialmente, havia a expectativa de que o partido definiria nesta segunda-feira a saída da gestão estadual.
O resultado reflete a divergência interna no partido. O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, e o estadual, Pompeo de Mattos, defendiam a saída imediata, o que esvaziaria a base partidária do governo. A resistência em permanecer aliado ao Piratini está na bancada pedetista na Assembleia.
– Temos opiniões diversas na bancada e na direção do partido. O que foi tomado como consenso é não tomar a decisão final hoje (segunda-feira) e fazer uma consulta definitiva até março. Continuo na mesma opinião, mas me curvo à vontade da maioria. Minha preocupação é em não ver o partido dividido e manter a unidade. Quando se vê uma divisão, por que forçá-la? – disse Lupi.
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O Piratini realiza ofensiva para pressionar os sete deputados pedetistas a votarem a favor do pacote de contenção financeira de Sartori. Tratam-se de votos imprescindíveis para a aprovação das medidas. Pompeo, no entanto, não garante fidelidade:
_ Quando o voto não faz diferença, não importa o norte que se toma. Mas quando faz a diferença, tem de colocar "peso" nesse voto – apontou. – Se isso for de tamanha monta (a rejeição a medidas do pacote) que nos inviabilize enquanto base de governo, não temos nenhum problema em nos retirar. Se esse é o preço que temos de pagar, não temos nenhum problema de pagá-lo.
*Zero Hora