
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, decidiu converter a prisão preventiva em domiciliar da ex-primeira do Rio Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Os dois estão presos no Complexo de Gericinó (Bangu), zona oeste do Rio. Adriana foi presa em dezembro e Cabral em novembro.
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O magistrado estabeleceu que Adriana não deverá ter acesso a internet nem telefone. Em sua decisão, considerou o fato do casal ter dois filhos, um de 11 e outro de 14 anos.
Bretas negou a prisão domiciliar a Cabral.
– A situação é completamente diferente. Quero reafirmar que a substituição não é por entender que não estão provadas as acusações é por questão personalíssima – afirmou.
Delação
O advogado Alexandre Lopes, que defende a ex-primeira dama, afirmou que a decisão de Bretas foi "uma surpresa", mas pontuou que não se deve comemorar.
– O processo continua e é longo – afirmou, logo após audiência.
Ele negou a possibilidade de Adriana fazer um acordo de delação.
– Há uma obsessão de parte da imprensa com delação premiada. O processo penal não se resume a delação e ela não tem a menor intenção de fazer uma delação contra quem quer que seja – rechaçou.
O advogado lembrou que a defesa já tinha pedido a prisão domiciliar, o que fora negado pelo juiz.
– Foi surpresa, esperávamos conseguir no Superior Tribunal de Justiça; aqui, não.
Lopes afirmou ainda que o apartamento de Adriana, no Leblon, zona sul do Rio, estará pronto para atender às condições impostas pelo juiz – ausência de internet por meio de computador ou internet – na segunda-feira, e que a liberação dela dependerá da fiscalização que será feita pela Polícia Federal.
– Na segunda trarei petição dizendo que o apartamento está pronto, daí vai depender dele (Bretas) mandar uma fiscalização da PF no apartamento – afirmou.
Só aí a ex-primeira-dama poderá deixar o complexo de presídios de Bangu, onde está há três meses.
O magistrado determinou que Adriana só poderá receber visitas de parentes até terceiro grau e de advogados e que ninguém que for ao seu encontro poderá portar celular. Sobre a dificuldade em se fiscalizar se a medida será cumprida, respondeu:
– Terá que ser possível.
A família de Adriana foi comunicada da decisão logo depois do anúncio pelo juiz, mas ela ainda não teria sido informada, disse.
*Estadão Conteúdo