
A ex-presidente Dilma Rousseff chamou de "mentira" a inauguração feita na semana passada pelo governo federal da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba. Neste domingo, ao lado de Lula e do governador Ricardo Coutinho em um palco montado às margens da obra, Dilma disse que não haverá "tapetão" nas eleições de 2018.
– Não vamos permitir um segundo golpe. O objetivo deles é impedir que candidatos populares sejam colocados à disposição do povo. O Lula é esse candidato – afirmou Dilma. – No tapetão, não – completou a ex-presidente, dizendo que os brasileiros têm um encontro marcado com a democracia em outubro de 2018.
Temer esteve na semana passada na inauguração da obra e afirmou que não quer ter a paternidade da transposição do Rio São Francisco.
– Não quero a paternidade desta obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino – disse Temer, em uma indireta ao ex-presidente Lula, em cujo governo foi iniciada a construção do canal.
A campanha presidencial de 2018 deu o tom da cerimônia que reuniu cerca de 20 mil pessoas em Monteiro, município de 30 mil habitantes no sertão paraibano. Em seu discurso, o próprio ex-presidente Lula se referiu à possibilidade de ser candidato em 2018.
– Vocês sabem o que eles (adversários) estão tentando fazer com a esquerda neste país, fizeram com a Dilma e querem fazer comigo. Se eles quiserem brigar comigo, que venham brigar nas ruas – desafiou o petista.
Animado com a presença de milhares de pessoas na praça de Monteiro, Lula disse que se for candidato vai entrar na disputa para ganhar:
– Eles peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque se eu for é para ganhar e trazer de volta a alegria deste país. Eu sei colocar o povo para sonhar com emprego e salário.
A exemplo do que havia feito quarta-feira passada diante de dezenas de milhares de pessoas que participaram de um ato contra a reforma da Previdência na Avenida Paulista,em São Paulo, Lula usou a cerimônia deste domingo, no agreste nordestino, para encaixar trechos de seu discurso de pré-candidato.Ele lembrou dos pontos positivos de seus oito anos de governo, do bom desempenho da economia, e fustigou as políticas impopulares de ajuste fiscal adotadas pelo governo Michel Temer.