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Militantes preparam ato de apoio a Lula
Lula quer "transmissão ao vivo" de seu depoimento a Moro
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Em vídeo publicado na página Eu MORO com ele #rosangelawolffmoro, o juiz Sérgio Moro pediu aos apoiadores da Operação Lava-Jato para não irem a Curitiba no dia do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – marcado para a próxima quarta-feira. Segundo o magistrado, "tudo que se quer evitar nessa data é alguma espécie de confusão e conflito".
Leia o depoimento na íntegra:
"Prezados, aqui é o juiz Sérgio Moro. Tô usando a rede social pra transmitir um recado. Não costumo fazer isso, mas vou fazer isso dessa vez. No próximo dia 10 vai ocorrer aqui em Curitiba o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O interrogatório é uma oportunidade que o senhor ex-presidente vai ter pra se defender, é um ato normal do processo. Nada de diferente ou anormal vai acontecer nessa data, apenas esse interrogatório. Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava-Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio, ou pessoas mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio. Eu diria o seguinte: esse apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário. Tudo que se quer evitar nessa data é alguma espécie de confusão e conflito e, acima de tudo, não quero que ninguém se machuque em eventual discussão ou conflito nessa data. Por isso a minha sugestão é não venham, não precisa, deixa a Justiça fazer seu trabalho, tudo vai ocorrer com normalidade e eu espero que todos compreendam. Uma boa noite a todos", diz Moro na gravação. Assista no Facebook.
A página na qual foi publicado o vídeo foi criada pela mulher do juiz, Rosangela Wolff Moro, como forma de apoiar o marido.
O depoimento de Lula estava marcado, inicialmente, para o dia 3, mas foi adiado por Moro que atendeu a pedidos da Secretaria de Segurança Pública do Paraná e da Polícia Federal.
As duas corporações alegaram necessidade de mais tempo para montar aparato de segurança diante de manifestações populares que deverão ocorrer nos arredores do prédio-sede da Justiça Federal em Curitiba, base da Lava-Jato e onde fica o gabinete de Moro.
Neste processo, Lula é réu por supostamente receber R$ 3,7 milhões em propinas da empreiteira OAS. Parte do dinheiro teria sido investido na reforma do triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, cuja propriedade a força-tarefa da Lava-Jato alega ser do petista. Lula nega categoricamente ser o dono do imóvel.
O ex-presidente considera que Moro "não tem provas suficientes" contra ele no processo do triplex e pretende, no depoimento, se capitalizar politicamente.
* Com informações de Estadão Conteúdo