
O presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira (15), que o texto da reforma trabalhista aprovado pela Câmara dos Deputados sofrerá alterações. Em entrevista à Rádio Gaúcha e a outras emissoras de rádio no Palácio do Planalto, o peemedebista adiantou que irá vetar o trecho que permitiria que grávidas e lactantes trabalhassem em locais insalubres, desde que fosse apresentado um atestado médico. Desta forma, isso seguirá proibido.
Ainda sobre a reforma trabalhista, Temer também admitiu que poderá editar uma medida provisória para mexer em outros pontos. A iniciativa seria uma maneira de evitar alterações pelo Senado, onde o texto tramita atualmente, pois, neste caso, ele teria que retornar à Câmara. Interlocutores do governo dizem que poderia haver mudanças no atual texto envolvendo a contribuição sindical e o trabalho intermitente, mas Temer não quis destacar quais itens estão sob análise.
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O presidente também comentou a tramitação da reforma da Previdência, que enfrenta resistência de parte dos parlamentares aliados. Temer entende que o texto deverá ser votado em primeiro turno pelo plenário da Câmara “entre a última semana de maio e a primeira semana de junho”.
– Cada líder e cada membro de partido está relacionando nome por nome. Só leva (à votação) com 320, 330 votos – disse Temer
O presidente voltou a defender que a reforma é necessária para equilibrar as finanças. Disse, porém, que o efeito não será longo,
– Do jeito que ficou a reforma, em 10 anos vai precisar de uma atualização – pontuou.
Questionado sobre a manutenção de oito ministros investigados pela Lava-Jato em seu governo, Temer disse que eles são de “extrema competência e ajudam no governo”. Também negou que a permanência desses políticos poderá prejudicar na obtenção de votos na reforma da Previdência.
Temer ainda comentou a afirmação de delatores da Odebrecht de que ele pediu US$ 40 milhões para o PMDB. Garantiu que “são coisas fantasiosas, mas que pegaram”, e afirmou que a Lava-Jato é “útil”, e traz “benefício ao país”.
Por fim, o presidente voltou a afirmar que não há chance de concorrer à reeleição em 2018.
– É 0% (possibilidade de concorrer). Considero que já concluí a minha tarefa – finalizou.