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Os movimentos para Rodrigo Maia (DEM-RJ) substituir Michel Temer na Presidência da República cresceram na base governista e foram discutidos inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília. Segundo a Folha de S.Paulo, a denúncia por corrupção passiva apresentada contra Temer e a perda de capital político do governo mudaram o comportamento de Maia.
Primeiro na linha sucessória, o presidente da Câmara começa a ser visto como potencial presidente. O próprio Maia estaria admitindo esse cenário, após ter evitado a discussão nas semanas que se seguiram à delação de executivos da JBS. Publicamente, ele nega.
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De acordo com a Folha, os movimentos pró-Maia se intensificaram a tal ponto que o Planalto passou a ver o presidente da Câmara com desconfiança. Entre os episódios em que o deputado agiu contra o presidente, estão a defesa, em conversas com parlamentares, da saída do PSDB do governo, a recusa a juntar as denúncias contra o presidente em uma única votação na Câmara e a influência na escolha de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) como relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Maia também passou a frequentar menos os palácios do Planalto e do Jaburu e evitou presidir a Mesa da Câmara durante discussões polêmicas. Ele também aparece como "solução" para o setor financeiro e empresarial na aprovação da agenda de reformas. Na quinta-feira (7), o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que Maia "tem condições" de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.