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Nos últimos dias, lideranças de alguns partidos da base aliada do governo Temer promoveram uma dança das cadeiras nas vagas da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que analisa a denúncia contra o presidente por corrupção passiva. As mudanças visam garantir votos favoráveis ao Planalto. Ao todo, foram nove trocas em relação aos titulares do colegiado e cinco nas vagas de suplentes. Nesta segunda-feira (10), momentos antes da leitura do parecer do relator da denúncia na comissão, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomentou aceitação da denúncia, o PR trocou quatro de seus cinco membros titulares da CCJ. O único que não foi deslocado foi Édio Lopes (PR-RR).
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Os partidos podem trocar seus membros da comissão a qualquer momento, conforme inciso VI o artigo 10 do regimento da Câmara dos Deputados. Conforme o regimento da Casa, os líderes dos partidos são os responsáveis por "indicar à Mesa os membros da bancada para compor as Comissões, e, a qualquer tempo, substituí-los". Na segunda-feira, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), confirmou que a mudança é prerrogativa das siglas, por meio dos líderes.
Em uma das mudanças do PR, Bilac Pinto (MG) entrou no lugar de Delegado Waldir (GO), que votaria a favor da denúncia. Furioso com a troca, Waldir compareceu na comissão gritando "bandidos" e acusou o governo de promover barganha.
– Governo corrupto, vai cair. Esse governo é bandido, é covarde – bradou.
O PTB tirou da vaga de titular Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), conhecido por fazer oposição ao governo. Faria de Sá foi para suplência no lugar de Giovani Cherini (PR-RS) e para a vaga de titular do PTB foi formalizado Nelson Marquezelli (PTB-SP).
Para ter prosseguimento perante a Justiça, a acusação precisa passar pela CCJ, e pelo plenário da Casa, mesmo que o relatório venha a ser rejeitado na comissão. Mas eventual aprovação pela maioria dos 66 integrantes do colegiado sinalizaria a postura dos parlamentares na segunda etapa, onde são necessários os votos de 342 deputados para autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a abrir ação penal contra Temer.
Na bancada do PSD, Evandro Roman (PR) substituiu Expedito Netto (PSD-RO) como titular. Na semana passada, o deputado gaúcho José Fogaça (PMDB) perdeu o posto de titular na comissão. Em seu lugar, entrou Carlos Marun (PMDB-MS), defensor ferrenho de Temer. Com a alteração, Fogaça virou suplente no colegiado.
O Solidariedade fez quatro trocas nos últimos dias. Primeiro saiu Major Olímpio (SD-SP), que votaria contra o governo, e entrou o líder da bancada, Aureo (SD-RJ), na vaga do titular. Olímpio foi para a suplência. Na sequência, Aureo deixou a vaga de titular e indicou Laércio Oliveira (SD-SE), reconhecido governista, para votar como titular.
Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a indicação de Wladimir Costa (SD-PA). Costa ficou conhecido na Casa por ser defensor do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética mas, no dia da votação da cassação no colegiado, mudou de posição diante da pressão da opinião pública.
Nesta segunda, durante a sessão da comissão o PRB colocou Cléber Verde (MA), então suplente, como titular no lugar de João Campos (GO), que passou para a suplência.
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Novos titulares
PR
Delegado Waldir (GO), Paulo Freire (SP) e Marcelo Delaroli (RJ) e Jorginho Mello (SC) perderam a titularidade. Entraram em suas vagas Bilac Pinto (MG), Laerte Bessa (DF), Magda Mofatto (GO) e Milton Monti (MG).
PRB
Cléber Verde (MA) entrou no lugar de João Campos (GO).
PTB
Nelson Marquezelli (SP) entrou na vaga de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
PSD
Evandro Roman (PR) substituiu Expedito Netto (PSD-RO).
PMDB
Carlos Marun (PMDB-MS) entrou no lugar do deputado gaúcho José Fogaça (PMDB).
Solidariedade
Major Olímpio (SD-SP), que votaria contra o governo, perdeu vaga de titular. Em seu lugar, entrou o líder da bancada, Aureo (SD-RJ). Aureo deixou a vaga de titular e indicou Laércio Oliveira (SE).
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Novos suplentes
Solidariedade
Em uma vaga de suplente cedida pelo PROS, o Solidariedade formalizou a indicação de Wladimir Costa (PA).
PR
Jorginho Mello (SC), que era titular da comissão, foi para a suplência.
PMDB
José Fogaça (PMDB-RS) perdeu o posto de titular na comissão e foi para a suplência.
PTB
O PTB tirou da vaga de titular Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), conhecido por fazer oposição ao governo. Faria de Sá foi para suplência no lugar de Giovani Cherini (PR-RS).
PRB
- João Campos (GO) perdeu a titularidade para Cléber Verde (MA) e foi para a vaga de suplente.
*Zero Hora com informações de agências