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A nota na qual o diretório do PSDB paulistano criticou encontro entre o senador Aécio Neves (MG) e o presidente Michel Temer abriu uma nova crise no partido. A nota emitida neste domingo (20) pelo vereador Mario Covas Neto, presidente do diretório municipal da sigla, afirmou que a presença de Aécio em reuniões com Temer causava "desconforto e embaraços". "Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido", escreveu. No texto, o vereador afirmou que o único que pode falar em nome da sigla é o presidente em exercício, o senador Tasso Jereissati (CE).
O movimento do vereador não encontrou respaldo entre outras lideranças tucanas. Procurado pela reportagem, Pedro Tobias, presidente estadual da sigla, defendeu que Aécio tem o direto de participar de encontros com Temer como senador e cidadão.
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– Acho lamentável. Aécio foi sem representar o partido, já que está afastado. Ainda não foi condenado, é senador da República _ disse Tobias, sobre a nota do diretório municipal.
José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, considerou a nota "uma coisa totalmente fora de propósito".
– Quem fala em nome do PSDB somos todos nós, qualquer coisa diferente disso é censura. O Aécio é senador por Minas e se reuniu com o presidente para tratar da Cemig. OPSDB não pode conviver com esse tipo de censura – reiterou.
Em nota, Aécio Neves disse ter tratado de interesses da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) no último encontro Temer. "O PSDB tem responsabilidade para com a estabilidade política e a recuperação econômica do país, o que torna natural que lideranças do partido tenham conversas com o presidente e membros do governo", diz o texto.
A nota de Aécio afirma que as questões internas do PSDB são travadas internamente, "sem qualquer participação do governo ou do presidente".
Mário Covas Neto também passou a ser alvo de ataques do diretório do PSDB de Minas.
– É muita infelicidade o vereador entrar em um assunto que ele desconhece e que é de importância para os mineiros – disse o presidente do diretório, deputado federal Domingos Sávio.
Sávio também divulgou nota em que sugere que o vereador seja uma figura pouco expressiva dentro do partido.
–Ele, que já foi alvo de acusações extremamente graves, que espero sejam injustas, devia ter aprendido que cabe a quem acusa ônus da prova – escreveu o deputado, sem citar o caso em questão.