Em seu segundo depoimento ao juiz federal Sergio Moro, nesta quarta-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contestou as declarações de Antonio Palocci sobre um encontro, ocorrido em dezembro de 2010, com Emílio Odebrecht. Ao ser questionado sobre o assunto, o petista confirmou que, ao lado de Dilma Rousseff, participou de uma reunião com o empresário, mas negou que tenha tratado de repasses da empreiteira para o Partido dos Trabalhadores (PT).
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— Acho que não durou 10 minutos essa conversa. Até porque a Dilma estava em fase de preparação de escolha de ministérios. Portanto, a Dilma não tinha tempo de fazer agenda, sabe? Só se o Papa pedisse. A Dilma atendeu em um gesto de cortesia — afirmou Lula durante o interrogatório em Curitiba.
Segundo o depoimento do ex-ministro, concedido na semana passada, o encontro com o empresário marcou a criação de um "pacto de sangue" entre a companhia e o PT. Palocci também disse que Emílio ofereceu R$ 300 milhões ao ex-presidente, além de um terreno para o Instituto Lula e reformas em um sítio em Atibaia (SP).
— A desfaçatez do companheiro Palocci foi de tal magnitude que inventou uma história de que o Emílio foi lá discutir um fundo que tinha sido criado, a manutenção do fundo e da relação dele com a Dilma. Não sei se vocês sabem que a Dilma foi a mulher que cuidou do PAC. Portanto, prestava contas à imprensa a cada três meses. Todo e qualquer empresário que tinha obras de infraestrutura neste país conversava com a ministra Dilma Rousseff — declarou o petista.
Lula também comentou que tem "profundo respeito" por Emílio. E reafirmou nunca haver tratado "de qualquer dinheiro para o PT" com o representante da Odebrecht.
— Nunca admiti ao Emílio e nem a outro empresário deste país que discutisse um centavo comigo. Nunca — sublinhou.