Em Reprodução (2013), romance mais recente do carioca Bernardo Carvalho, um homem prestes a viajar para a China fica confinado em uma sala sem janelas, onde passa a desfiar uma série de observações preconceituosas que lembram muitas vezes a área de comentários de portais de notícias. O escritor, que esteve em Porto Alegre nesta semana para participar de atividades na PUCRS, admite que o confinamento do personagem pode servir como metáfora ao sedentarismo - físico e intelectual - propiciado pela internet. Na Capital, Carvalho também foi uma das atrações da pré-estreia da 8ª FestiPoa Literária, na terça-feira, quando fez um bate-papo com o português José Luís Peixoto. Foi pouco antes desse encontro que o autor recebeu ZH para essa conversa sobre o uso da redes para a democracia e o atual momento da literatura.