Depois de três anos de atraso, as rodovias estaduais do Rio Grande do Sul voltarão a ser monitoradas por pardais. A previsão do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) é de que os equipamentos estejam instalados até a segunda quinzena de junho.
Nesta semana, foi definido o resultado da licitação para compra e instalação de 45 controladores de velocidade e 20 câmeras de monitoramento. Uma reunião entre a autarquia e as duas empresas vencedoras, Perkons S/A e Fiscal Tecnologia e Automação Ltda, será marcada para dar início à chamada Demonstração Técnica, etapa na qual os equipamentos serão testados para verificar se atendem às especificações do edital.
Depois que o contrato com as empresas for assinado, no valor total de R$ 6,5 milhões, elas terão prazo de 60 dias para instalar os pardais. O número de radares fixos e rodovias monitoradas será menor do que o existente em novembro de 2010, quando o serviço foi suspenso.
Antes, 18 estradas tinham trechos fiscalizados por 60 pardais. A nova licitação prevê monitoramento em 13 vias. A redução ocorre em função de um estudo que considerou o nível de acidentalidade nos trechos, volume de veículos e excesso de velocidade. As medições indicaram que a permanência dos equipamentos antigos, mesmo desligados, faz com que condutores controlem a velocidade em trechos descartados da nova licitação.
Os equipamentos instalados no entorno dos municípios de Gravataí (ERS-020 e ERS-118), Gramado (ERS-115), Santo Augusto (ERS-155), Redentora (ERS-330) e Itati (ERS-486) não serão repostos. Já a região entre Passo Fundo e Nova Prata (ERS-324) passará a ser monitorada.
Engenheiro fala em medida arrecadatória
Para o engenheiro Walter Kauffmann Neto, especialista em acidentes de trânsito e consultor da ONG Alerta, a instalação de 45 novos controladores de velocidade e 20 câmeras de monitoramento, prevista para a metade do ano, nas rodovias do Rio Grande do Sul, deverá ter função meramente arrecadatória.
Kauffmann afirma que se a função dos equipamentos fosse o controle de velocidade, os pardais estariam nos pontos onde ocorrem acidentes mais graves, e não em locais considerados por ele estratégicos para multar, onde o limite de velocidade muda entre um trecho e outro.
- Os radares serão um excelente sistema para melhorar a arrecadação de multas no Estado, mas o impacto no número de ocorrências de trânsito não vai ser tão significativo como se fossem adotadas medidas mais fortes. A punição no trânsito é severa para o bom motorista que escorrega, e é branda para o mau motorista - avalia o especialista, que sugere a fiscalização pessoal de agentes como forma de controle efetivo de segurança no trânsito.
Mesmo depois da instalação dos novos equipamentos, os pardais desativados permanecerão nas estradas gaúchas por tempo indeterminado. Como os contratos antigos firmados com as empresas Engebras e Eliseu Kopp estão pendentes de demandas judiciais, eles ainda não podem ser retirados. Segundo o Daer, os radares serão desinstalados somente quando essas demandas forem resolvidas.
A vigilância