
O cronograma de obras de duplicação da ERS-118, uma das principais rodovias da Região Metropolitana, está atrasado. A promessa era de entrega de cinco novos quilômetros duplicados até esta terça-feira - a partir da Transpetro em direção a freeway -, mas apenas três deverão ser liberados somente na sexta-feira. A demora não chegou a ser algo considerado anormal em um empreendimento dessa complexidade, conforme o gerente da obra pela Secretaria-Geral de Governo, José Thadeu Almeida. Ele explicou que a principal razão para o atraso foi um problema na máquina de usinagem de asfalto da Construtora Triunfo, responsável pelo serviço entre os quilômetros 11 e 22.
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Segundo Almeida, a empresa, que produzia a própria matéria-prima para a pavimentação, teria relutado em adquirir o produto de outros fornecedores, o que fez com que a obra permanecesse parada por alguns dias. Na semana passada, porém, a Triunfo adquiriu asfalto de outra empresa paranaense, e ontem os trabalhos foram retomados, ainda que em ritmo mais lento do que o ideal, em razão da chuva.
Por enquanto, para quem circula na via, a perspectiva não parece ser das melhores. Às margens da estrada, montes de pedras, terra, entulho e imensos encanamentos de concreto se misturam a máquinas e caminhões de vários portes, além de pneus, sofás, fogões e outros objetos abandonados por moradores. Como se não bastasse, o motorista precisa ficar atento às constantes mudanças de faixa - por conta dos desvios para a execução do empreendimento, em alguns trechos a circulação se dá na pista principal da rodovia, noutros, em vias laterais.
O representante comercial Gérson Jardim, que mora em Gravataí e percorre ao menos uma vez por semana o trajeto até Novo Hamburgo, reclama da morosidade da obra, que teve seu projeto inicial apresentado em 1996:
- Levo 45 minutos para percorrer um trajeto que poderia fazer em 20.
Conforme Almeida, que evita falar em cronograma detalhado para os próximos trechos a serem liberados, a ideia é de que, nas próximas semanas, 11 quilômetros duplicados estejam em operação, entre a Avenida Itacolomi, em Gravataí, e a Transpetro, na altura do km 3,7 da rodovia. De acordo com a projeção do gerente, a extensão total de 22 quilômetros da ERS-118 que deverá ser duplicada, até o entroncamento com as BRs 448 e 116, deverá ficar pronta até o final do ano que vem:
- É uma estrada de alto tráfego. Estamos fazendo a obra sem interromper a circulação. É como fazer uma cirurgia, em um corpo vivo, sem anestesia.