Atrás apenas do Brasil no ranking mundial de exportação de fumo, a Índia recebe, entre esta segunda-feira e sábado, a 7ª Conferência das Partes (COP7) para o Controle do Tabaco. O encontro reúne delegações de 180 países que assinaram a Convenção-Quadro, tratado internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir o tabagismo no mundo.
Assim como no Brasil, a atividade tem grande importância econômica e social para o país asiático, o segundo mais populoso do mundo. E se indústrias e produtores brasileiros estão apreensivos em relação às decisões que serão tomadas, entre os indianos o sentimento é o mesmo. Ontem, o clima já era de tensão no local do evento, com policiamento ostensivo e promessa de mobilização de produtores indianos hoje cedo. Semanas atrás, a federação de agricultores da Índia organizou protestos pedindo ao governo que deixasse os produtores integrarem a delegação que participa da conferência global antitabaco ou que a boicotasse. A crítica do setor produtivo brasileiro é a mesma: de que é excluído das discussões sobre o futuro da atividade.
FUMAÇA DE POLUIÇÃO
Os estrangeiros que chegaram a Nova Délhi no fim de semana foram recepcionados com uma espessa camada de poluição atmosférica. Uma combinação de fumaça da queima de resíduos em fazendas próximas, fogos de artifício do festival hindu de Diwali, construções e emissões de veículos elevou os níveis de partículas perigosas presentes no ar para mais de 15 vezes o limite seguro. Com o ar quase irrespirável, as escolas foram fechadas.
VOZ BRASILEIRA
A delegação brasileira que participará das discussões nos seis dias da COP7 é formada por representantes de ministérios. A maior voz para influenciar decisões está concentrada nas pastas da Saúde, Agricultura, Relações Exteriores e Casa Civil. Indústrias, produtores e lideranças políticas, especialmente do Rio Grande do Sul, também vieram à Índia – mesmo sem poderem participar do evento, nem como público ouvinte.