Marcos Rolim
Os sinais parecem claros: o Brasil caminha para um grave impasse institucional. Os três Poderes fundamentais funcionam mal ou não funcionam. Em tempos de crise econômica e recessão, esse desempenho precário transforma-se em material altamente inflamável. Por um lado, temos um Congresso formado pelo dinheiro sujo e que reuniu a maior concentração de burrice e despudor de que se tem notícia. O que há de virtude na Câmara e no Senado resiste em um cantinho. A maioria dos parlamentares brasileiros esteve alinhada para votar a anistia aos seus próprios crimes, o que só não ocorreu pela reação da opinião pública, particularmente notável nas redes sociais. Em um quadro que antecede o conhecimento da delação da Odebrecht, essa mesma maioria aprovou emendas em cima da perna, mais para retaliar do que para responsabilizar atos ilegais eventualmente cometidos por membros do Judiciário e do Ministério Público.