
O grupo de empresas japonesas que era a esperança de uma solução para o impasse da Ecovix (Engevix + Funcef/Caixa), empresa instalada em Rio Grande que tem contrato para fornecimento de oito cascos de plataformas de petróleo e já entregou dois, vai se retirar do negócio. A informação foi publicada originalmente no jornal Valor Econômico e confirmada por Zero Hora em documento do Conselho Nacional de Defesa Econômica (Cade) que autoriza a venda da fatia do consórcio para o fundo Jackson Empreendimentos (confira imagem da decisão abaixo).

Esse fundo é controlado pela Engevix, empresa que teve seus proprietários presos e punidos por envolvimento no caso de corrupção da Operação Lava-Jato. O consórcio havia comprado 30% da empresa em outubro de 2013 por US$ 300 milhões e, conforme o Valor, deve vender por uma quantia simbólica, registrando o investimento realizado como perda.
Em dificuldades, a Ecovix precisa de um sócio ou de um comprador interessado em ficar com todo o negócio para viabilizar a entrega da encomenda. No início de dezembro de 2015, os trabalhadores da empresa fizeram protesto em Rio Grande porque faltaram recursos para pagar o salário de novembro, a primeira parcela do 13º salário e o vale-alimentação.
Logo que surgiram os primeiros sinais das dificuldades da Engevix, envolvida na Operação Lava-Jato, a grande expectativa no Estado era de que o consórcio, liderado pela Mitsubishi e com participação de outras empresas japonesas, assumisse o controle do negócio, pelo interesse no contrato de US$ 3,5 bilhões com a Petrobras. No entanto, interlocutores da empresa relataram que os japoneses queriam distância do escândalo em que se transformaram os negócios das empreiteiras brasileiras com a Petrobras.
Agora, a saída especulada para a "fábrica de cascos" de Rio Grande, anunciada com solenidade e a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a venda para um grupo chinês. Já havia sido feita uma tentativa, mas os japoneses, por questões históricas e culturais, recusavam-se a fechar negócio com os chineses. A maior probabilidade de interesse no estaleiro seria da China Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC), do mesmo grupo da China National Offshore Oil Corporation (CNOOC), sócia da Petrobras no campo de Libra, no pré-sal.