Ao menos até o final deste ano, nossa vida deverá ficar assim: uma notícia alentadora em um dia, no seguinte uma ruim, quando não houver boas e más no mesmo dia. Foi assim na quinta-feira, com euforia no mercado financeiro e nova queda no indicador de atividade econômica do Banco Central, e na sexta-feira, com números setoriais. O clima é de copo meio cheio E meio vazio na economia, situação que tende a se estender por mais alguns meses até consolidar o que chamamos, informalmente, de ''despiora''. Difícil ser mais preciso no que isso em um momento de transição.
Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliária (Abrainc-Fipe) de maio apontaram aumento de 218,5% no volume de lançamentos de imóveis em relação a igual mês de 2015. No acumulado do ano até maio, a alta é de 24,7% em relação aos cinco primeiros meses de 2015. A Região Sul, nesses dados, representou 26,6% do total nacional e 13,7% do número das associadas da entidade.
Em outro front, a indústria paulista relatou o corte de 57,5 mil postos de trabalho no primeiro semestre, conforme a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). É um número ainda muito ruim, mas é bom prestar atenção nas grandezas. No semestre, a queda acumulada é de 2,5%. Em junho, sem ajuste sazonal em relação a maio, a retração foi de 0,73%. Ainda são 16,5 mil vagas a menos, mas o ritmo da perda é menor.
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Outro indicador do mercado de trabalho, da Catho-Fipe, teve a segunda alta seguida, de 9,3%, na comparação entre junho e o mesmo mês de 2015. Voltou ao maior patamar de geração de vagas desde julho de 2014. Também houve avanço de 0,5% frente a maio. Do Exterior, chegam relatos entusiasmados de bancos e fundos de investimento com os rumos da economia do Brasil. Vista de dentro, a situação ainda requer cautela, porque a decolagem efetiva ainda depende de condições que não estão garantidas. Ao menos, foi interrompida a monotemática sequência de quedas.