O anúncio feito na sexta-feira, de investimentos de R$ 15 bilhões de empresas chinesas no Brasil, e a oferta de projetos no valor de R$ 269 bilhões em quatro anos pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforça a expectativa em torno da missão do Rio Grande do Sul ao país asiático, entre o final de outubro e o início de novembro.
O roteiro oficial do governo do Estado conta com apoio da General Motors (GM), que tem interesse em reforçar sua rede de sistemistas no Estado. Na unidade de Gravataí, considerada a mais eficiente do Hemisfério Sul, já existem fornecedores ao lado, mas há intenção de quer ampliar esse número. Muitos dos contatos foram estruturados ao longo dos últimos meses e só dependem de um acerto final. Outros serão prospectados durante a viagem.
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Segundo Fabio Branco, secretário de Desenvolvimento, explica que a produção que o Estado quer atrair na China não tem equivalente gaúcho. São itens de alta tecnologia, que complementariam o parque produtivo local. E a ideia que é o polo automotivo do RS ultrapasse as fronteiras do país.
Conforme o secretário, estão no alvo da busca "bilhões de dólares" em investimentos na China, não só do setor automotivo, mas também em energias renováveis – principalmente eólica e solar.
– Não é miragem – assegura Branco, detalhando que alguns projetos só esperam a melhora do ambiente econômico no Brasil para confirmarem planos para o Estado.
Uma das ambições da missão é contar com o apoio da Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), porque outro objetivo é abrir mercado para produtos gaúchos, especialmente carnes – bovina, suína e de aves – e leite.
A China passou quase três anos fora do radar do Brasil. Em 2014, investiu no país US$ 840 milhões. Em maio de 2015, o primeiro-ministro Li Keqiang foi a Brasília e assinou, com a então presidente Dilma Rousseff, acordo em que previa US$ 53 bilhões em aportes. Desde então, chineses deram financiamentos, compraram empresas inteiras ou em partes. Em julho passado, a State Grid ficou, por cerca de R$ 6 bilhões, com a fatia da Camargo Corrêa na CPFL, dona da RGE no Estado.