Ainda não há detalhes nem prazos, mas o próximo passo das mudanças no universo do trabalho já tem endereço. Como os sindicatos serão reforçados pela convenção coletiva, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, considera necessário complementar as alterações com mais disciplina na representação dos trabalhadores.
Nogueira não entrou em recesso entre Natal e Ano-Novo. Está percorrendo o país para fazer sua pregação de que a reforma proposta vai encontrar menos resistência entre patrões e empregados porque procurou manter 90% das regras como estão e dividir os custos das 10% que mudam. Gaúcho, começou por seu Estado natal, mas avisa que vai visitar todos os 513 gabinetes da Câmara dos Deputados para defender os projetos de lei que estabelecem as novas regras para o trabalho.
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Apresentadas na quinta-feira passada, as mudanças começaram o dia cercadas pela crítica de que estavam sendo propostas por medida provisória. A troca de dispositivo legal, para projeto de lei, foi definida na noite anterior. A principal justificativa foi suavizar contestações jurídicas consideradas praticamente certas caso tivesse sido mantida a opção anterior.
O ministro tem admitido a interlocutores que considerava previsíveis as reações contra as novas regras na Justiça do Trabalho, mas assegura estar tranquilo de que há consenso para aprovar a primeira etapa. Sobre a segunda, evitar dar detalhes. Menciona apenas a regulamentação da unicidade sindical e maior fiscalização do uso dos recursos dos sindicatos, além da cobrança de mais engajamento das entidades na formação das categorias representadas.