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Na semana em que o setor de construção civil de Porto Alegre recebeu, com alívio, o fim da restrição estabelecida há uma década pelo V Comar para edificações em sete bairros da Capital – Auxiliadora, Boa Vista, Bela Vista, Higienópolis, Moinhos de Vento, Mont Serrat e Três Figueiras –, há expectativa de um novo alento. No pacote a ser anunciado a qualquer momento pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, há especulações de inclusão de aumento de limites para financiamento de imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), dos atuais R$ 225 mil para R$ 600 mil ou até R$ 700 mil, com juro de 8,5%.
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Ricardo Sessegolo, presidente no Sinduscon, lembra que a restrição de 45 metros para construção nos bairros que são caminho para os aviões que pousam e decolam do aeroporto Salgado Filho consumiu anos de trabalho até demonstrar que seria possível alterar a regra sem quebrar a segurança aérea. Enfim, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Dcea) se convenceu, e a nova regra já é aplicável. Seu primeiro efeito prático, projeta Sessegolo, será destravar a negociação de terrenos nos bairros afetados, agora sujeitos apenas ao plano diretor da Capital.
– Volta ao que era antes, acaba o impedimento – observa.
Apesar do ambiente rarefeito da economia, em que o endividamento restringe consumo e investimento, Sessegolo avalia que haverá demanda caso se confirmem as novas condições de financiamento habitacional.
– Existe mercado para mais financiamento, o problema é a insegurança, a incerteza. Hoje, temos dificuldades na hora de efetuar a venda, no momento em que o comprador tem de assumir o financiamento. Se o horizonte for bom, se o risco de perder o emprego for menor, o juro de 8,5% é atrativo. Só falta, agora, resolver o Brasil – comenta.