Houve muita expectativa e muita especulação, mas o suposto duelo entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o juiz Sergio Moro acabou sendo o que o próprio magistrado havia anunciado: um ato de rotina processual. Claro, causou torcida, análises e interpretações, mas não mudou nem a trajetória das investigações nem a história do Brasil.
No cinema, a ansiedade que antecede confrontos pessoais ou de grupos opostos gerou quase um gênero específico, o filme de duelo. E novas obras ecoam cenários e climas que marcaram essas narrativas.
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Matar ou Morrer (1952)
Um grande clássico, é focado na espera e nos preparativos de um duelo que deixa um dos antagonistas sozinho à espera de um grupo de inimigos. Nos bastidores, foi escrito e filmado durante o macarthismo e embutia críticas aos que se omitiam diante da ameaça das perseguições nos Estados Unidos. Tem abordagem mais psicológica do que na ação.
Os Imperdoáveis (1992)
A obra é considerada uma espécie de redenção de Clint Eastwood, que abandonou a encarnação violenta e misógina para criar essa história que desfaz alguns mitos dos western. Apesar de criar cenas fora do comum, a história termina com um duelo sangrento, sintoma de ambiente sem regras, em que o Estado não é eficaz na repressão ao crime.
Kóblic (2016)
Até na Argentina, tão orgulhosa de sua produção cinematográfica, essa história ambientada na ditadura ganhou o apelido de "asado western" por sua evidente inspiração no gênero hollywoodiano. O final segue a narrativa, e o duelo tem um vencedor, mas sua encenação é seca e anticlimática, quase como o confronto de Curitiba.