
Um negócio de "borracheiros trabalhadores", como caracteriza o diretor comercial da Zé Pneus, Marcos Hernandes, não vai deixar marca de freada na pista durante a crise. Ao contrário do que mandam as regras ao volante, quer acelerar sob mau tempo. Parceria com a americana Goodyear garante a festa de 4 de julho: a inauguração, de uma só vez, de quatro lojas. Hernandes relata que a escolha da data nacional dos Estados Unidos foi coincidência, mas gostou da ideia de celebrar também o resultado da relação com a multinacional nascida em Ohio (EIA). Afinal, foi a parceira com a marca que deu velocidade ao plano de expansão. Além da matriz em Porto Alegre, de 1,5 mil metros quadrados, abre filiais em Carazinho, Alvorada e Cachoeirinha, com investimento de R$ 3,6 milhões.
Ainda neste ano, a Zé Pneus vai instalar outras quatro: Erechim, Novo Hamburgo e mais duas na Capital, com outros R$ 3 milhões. Segundo Hernandes, há previsão de oito lojas por ano até 2020.
– A Goodyear é parceira no investimento na construção, não tem participação no grupo – diz.
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Há três anos, nos primeiros sinais de redução no mercado de carros novos, a Zé Pneus decidiu reforçar os serviços nos pontos de venda – suspensão, checagem de amortecedores e freios. A avaliação era de que, com menos veículos saindo das revendas, menos pneus sairiam das lojas, portanto era necessária uma alternativa de receita. Deu certo. O que a rede chama de "undercar" passou de 4% para 15% do faturamento em três anos.
– Nosso lema é "baixa a cabeça e trabalha". Crise tem para todo mundo. Se pensar em crise, desiste antes de sair de casa. O trabalho faz as coisas acontecerem – explica Hernandes.
Sobre o ritmo acelerado de expansão sob mau tempo, que vai quase duplicar o número de unidades – de 27 até o fim deste ano somadas a outras 23 abertas até 2020 – o executivo explica que os planos estratégicos das duas empresas convergiram. A Zé Pneus era uma rede multimarcas até agosto de 2016. Foi procurada pela marca de origem americana e passaram, juntas, a traçar o caminho do crescimento. Não se descarta a expansão para outros Estados.
O "Zé" da empresa que hoje tem 200 funcionários é José Borges, que há pouco mais de uma década chamou parentes e amigos para montar um negócio. O resultado, descreve Hernandes, é uma empresa que não é uma cooperativa, mas tem a "essência" desse tipo de sociedade e não é uma franquia, mas adota alguns princípios do modelo. Além do parceiro global, tem outro motivo de orgulho: garante ser 100% legal.