Pedro Gonzaga
Sempre que um grande poeta morre, enquanto o silêncio se torna mais feio (para quem ama a poesia, o silêncio é o que acontece entre os versos) lembro de Borges. Em um pequeno escrito, dizia o mestre portenho: "Eu me deixo viver para que Borges possa tramar sua literatura. Nada me custa confessar que alcancei certas páginas válidas, mas essas páginas não me podem salvar, talvez porque o que é bom já não é de ninguém, nem sequer do outro, senão da linguagem ou da tradição." Assim, não pertence José a Drummond, Pasárgada a Bandeira, como, a partir de ontem (na verdade desde muito antes), Poema sujo a Ferreira Gullar.
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