Rodrigo Lopes

Rodrigo Lopes

Formado em Jornalismo pela UFRGS, tem mestrado em Ciência da Comunicação pela Unisinos e especialização em Jornalismo Ambiental pelo International Institute for Journalism (Berlim), em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário, e em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS. Tem dois livros publicados. Como enviado do Grupo RBS, realizou mais de 30 coberturas internacionais. Foi correspondente em Brasília e, atualmente, escreve sobre política nacional e internacional.

Eleições

Holanda será o termômetro da extrema-direita na Europa em 2017

Partido ultraconservador é favorito para vencer disputa, nesta quarta-feira, cujo resultado deve reverberar na política na França e na Alemanha

Rodrigo Lopes

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Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade, de extrema-direita e favorito nas eleições desta quarta-feira na Holanda

Até pouco tempo atrás, à exceção de analistas internacionais e de seus próprios cidadãos, poucas pessoas prestariam atenção, por aqui, na eleição que acontece nesta quarta-feira na Holanda. Nesses tempos de Donald Trump e de Brexit, porém, a corrida pelo comando do país (lá, o sistema de governo é o parlamentarista, logo, o partido vencedor indica o primeiro-ministro) será o abre-alas de um ano cujas disputas eleitorais definirão os rumos da União Europeia (UE).

Depois da Holanda, será a vez da França, em abril, e da Alemanha, em setembro. Nessa leva conservadora e xenófoba que varre o continente, turbinada pelos atentados terroristas e pela onda de refugiados, o candidato favorito para vencer amanhã chama-se Geert Wilders, ultradireitista que amalgamou o sentimento antieuropeu no PVV (Partido pela Liberdade). Seus lemas “A Holanda tem que continuar sendo Holanda” e “Nossos valores devem ser protegidos” soam como uma versão holandesa do slogan “Fazer a América grande outra vez”, de Trump. Entretanto, eles têm capacidade mais explosiva de contaminação política na Europa. Em outras palavras, a eleição de um xenófobo populista na Holanda ganha muito mais potencial para ecoar em outros países do continente do que a eleição de Trump na América. Seria o início da “primavera patriótica”, nas palavras de políticos conservadores europeus, que, desde a II Guerra Mundial, não contabilizavam tamanha chance de chegar ao poder.

A Holanda será o termômetro da força da extrema-direita. Por isso, Marine Le Pen, candidata da Frente Nacional praticamente confirmada no segundo turno na França, e Frauke Petry, líder do Alternativa para a Alemanha (AfD), adversário de Angela Merkel, estão de olho na eleição de quarta-feira. A esse grupo de interessados, somam-se o italiano Matteo Salvini e o austríaco Harald Vilimsky. 2017 será, segundo Marine Le Pen, “o ano do despertar dos povos da Europa continental”. Presume-se, pela expressão “continental”, que o Reino Unido, um Estado insular, acordou antes, com o Brexit. Agora, seria a hora de o resto do continente sair da cama. O despertador tocará nesta quarta-feira.

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