A visita do quase não ministro

O ministro da Cultura esteve em Porto Alegre no final de semana, onde conheceu no sábado de manhã a Fundação Iberê Camargo (FIC). Quem acompanhou MARCELO CALERO na visita à mostra Arte moderna na coleção da Fundação Edson Queiroz disse que o carioca de 33 anos apreciou com interesse cada trabalho exposto.

Depois do passeio, Calero encontrou-se com representantes de órgãos e instituições culturais do Estado e alguns jornalistas para um café da manhã informal. Nas conversas, o ministro revelou que serão liberados R$ 1,5 milhão em regime emergencial para a reforma do Museu das Missões – cujas instalações e parte do acervo foram seriamente danificados por conta do temporal que atingiu a região em 24 de abril.

Calero também anunciou modificações no ministério: segundo contou ao repórter Léo Gerchmann, haverá uma "rearrumação". Entre outras medidas, está a redução das vagas da pasta – das cerca de 450 atuais para algo como 300. Quase metade do total são cargos de comissão – que serão, em sua maioria, extintos.

– Tudo será feito de forma criteriosa. Vamos valorizar os funcionários de carreira, uma demanda da sociedade – disse ele.

O ministro afirmou ainda que um novo limite orçamentário deve ser aprovado, passando de R$ 490 milhões para R$ 720 milhões.

– Assim, retomaremos obras e manteremos programas até o fim do ano. Havia museus que seriam fechados.

Calero falou ainda sobre ajustes e uma reforma na Lei Rouanet:

– Há uma demanda pela regionalização. Hoje, a aplicação da lei é muito centralizada no eixo Rio-São Paulo.

No final do encontro, a equipe da FIC deu um presente no mínimo espirituoso para o visitante: o livro de artista do sul-africano William Kentridge chamado De como não fui ministro d'estado.

– Enquanto eu fui secretário tinha mais sentido, né? – brincou Calero com o superintendente cultural Fábio Coutinho (foto).

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