A Confederação nacional dos Transportes, responsável pela pesquisa sobre a situação das rodovias, calcula em R$ 6,24 bilhões os investimentos necessários para dotar a malha rodoviária gaúcha de condições mínimas de trafegabilidade. Como esse dinheiro não existe, resta aos governos estadual e federal apresentar uma alternativa factível para acabar com o flagelo das estradas assassinas. Se não há saída fora das concessões ao setor privado, que não se espere a deterioração completa para lançar um plano de recuperação dos trechos deteriorados, duplicação dos mais movimentados e criação de terceiras faixas onde o risco de colisão for maior.
Piora estado das rodovias gaúchas, aponta pesquisa da CNT
Desde antes da posse, o governador José Ivo Sartori diz não ter nada contra as concessões e as parcerias público-privadas, mas já se passaram 10 meses e nada foi feito. Os trechos sob responsabilidade do Daer encabeçam a lista dos piores, numa eleição em que é difícil definir o vencedor. A pesquisa da CNT indica que a campeã de ruindade é a ES-241, que liga Cacequi à BR-290, em Rosário do Sul. A ERS-332, entre Espumoso e Soledade, não fica muito atrás. No trecho entre Soledade e Barros Cassal, os buracos são verdadeiras armadilhas para carros e até para caminhões.
ERS-640 é a rodovia em pior situação no RS, diz CNT
A verdade é que o Rio Grande do Sul só tem duas rodovias com nível de excelência: a freeway e a BR-448. Na pesquisa, a avaliação da freeway foi contaminada pelo péssimo estado do restante da BR-290. A avaliação considerou 729 quilômetros. A concessão é de pouco mais de 100 quilômetros.
Os prejuízos decorrentes do péssimo estado de conservação das estradas gaúchas não se medem apenas em dinheiro, uma soma impossível de se calcular, mas que deve levar em conta os investimentos perdidos por culpa da falta de infraestrutura.Medem-se, principalmente, pelas vidas ceifadas em acidentes e pelos milhares que ficam com algum tipo de sequela. A pesquisa da CNT comprova que um dos maiores erros do governo Tarso Genro foi não realizar nova licitação ao término dos contratos de pedágio que venceram em seu governo.
Em 2014, só 3,6% das rodovias gaúchas receberam ótimo
As rodovias federais ficaram sem manutenção por longo tempo, exigindo investimentos maiores na retomada da conservação. Mesmo com a cobrança de pedágio, as estaduais gerenciadas pela EGR deixam muito a desejar. Nelas predomina o conceito regular, sinal de que o pedágio cobrado é incompatível com o serviço oferecido.
Situação piorou no RS
Rodovias que travam o desenvolvimento
Leia a abertura da coluna Política+ desta quinta-feira
Rosane de Oliveira
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