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A derrota da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado azedou o fim do dia do presidente Michel Temer na Rússia. O discurso do apoio do Congresso às reformas era o trunfo de Temer para tentar atrair investidores na terra de Vladimir Putin, ao lado de quem assistiu a um espetáculo do Balé Bolshoi (foto).
Temer havia começado o dia cantando vitória na comissão. Diante do resultado, teve de refazer o roteiro e aderiu à tese do dano mínimo:
– Não é surpresa negativa não, isso é assim mesmo, tem várias fases, várias etapas, e nas etapas você ganha uma, ganha outra, perde outra, o que importa é o plenário. O Brasil vai ganhar no plenário.
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Temer viaja para longe, mas crise segue seus passos
Em Moscou, Temer evitou comentar outro tema espinhoso, o relatório parcial da Polícia Federal que apontou corrupção passiva nas relações dele e do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures com Joesley Batista.
– Vamos esperar, isso é juízo jurídico, não político – cortou ao ser questionado pelos repórteres.
O relatório da PF tomou a recusa de Temer em responder às 82 perguntas como confissão de culpa. Um trecho diz: “Diante do silêncio do mandatário maior da Nação e de seu ex-assessor especial, resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva”.
Aliás
Mais uma derrota para estragar a viagem à Rússia e à Noruega: a Justiça negou o pedido de Temer de processar Joesley Batista por calúnia e difamação. O juiz Marcus Vinicius Bastos entendeu que, na entrevista à revista Época, Joesley apenas repetiu o que disse na delação premiada.