Pedro Dutra Fonseca
Avitória do Brexit no Reino Unido permite várias leituras. Mas poucas associaram-na a um refluxo das teses liberais, inspiradoras de políticas no mundo inteiro a partir da década de 1980 e parcialmente abaladas pela crise de 2008. Desde esse ano, os países da União Europeia (UE) estão com economia estagnada. Aumentou a concentração de renda e escassearam postos de trabalhos. O sonho liberal, ao criar-se a UE, era de integração fundada na liberdade de trânsito de bens, serviços, capitais e pessoas. A barreira ocorreu não só nesta última, com a aversão à imigração alimentada pelo desemprego, mas também nos bens e serviços: pequenos empresários de comércio, agricultura e indústria temem a concorrência dos demais membros do bloco. O mapa dos votos ilustra a força do interior para explicar a vitória da saída. A crise fomenta o espírito de proteção e não de liberalização.
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