Sob o ponto de vista do governo, é grande o alívio decorrente da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado e apenas afastá-lo da linha sucessória da Presidência da República. Difícil será fazer a população entender e aceitar o artificialismo jurídico elaborado nos bastidores dos poderes para manter no comando da casa legislativa um político rejeitado por parcela expressiva de cidadãos e réu em ação penal por suposto desvio de verba pública. Ainda que o chamado "acordão" tenha sido feito para "baixar a poeira" do conflito entre Judiciário e Legislativo, como admitiu a própria presidente da Suprema Corte, e para destravar a tramitação de projetos importantes para o país, a verdade é que todas as partes envolvidas na estranha negociação saíram arranhadas.