
Em 18 de junho, a Austrália enfrentará a Holanda no Beira-Rio, em jogo da primeira fase da Copa do Mundo. Para receber bem os australianos, grandes fãs de esportes radicais, a prefeitura planeja melhorias para a pista de skate do Parque Marinha do Brasil. A principal medida será calçar o entorno da pista, que hoje é de chão batido - salvo a borda de cimento com cerca de um metro de largura.
De acordo com o coordenador do setor de calçadas da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), Délcio Hugentobler, o calçamento será feito com blocos em vez de cimento, porque o concreto não secaria a tempo de receber os turistas.
- Todo o contorno será calçado e cercado. Além disso, os pontos em que há erosão serão recuperados. Faremos uma contenção e plantaremos grama nesses locais, para ajudar a combater o desgaste.
O skatista Axel Magno Figueiredo Pereira, 18 anos, frequenta a pista do Marinha desde 2012. Ele acredita que a calçada vai facilitar a circulação dos praticantes de esportes e de quem passa por ali apenas para olhar as manobras, mas tem algumas sugestões:
- Aos domingos, é praticamente impossível andar pela borda, porque fica lotado. Também podiam colocar uns bancos e arrumar a iluminação, que vai só até o meio da pista. Lá embaixo fica escuro, o que é perigoso. A pista é boa, mas podia ser um pouco mais lisa - diz o jovem, que costuma passar as tardes arriscando manobras, depois de sair do estágio no Fórum Central.
Segundo Hugentobler, a pista não será recapeada durante a obra. Serão feitos apenas alguns reparos nas juntas de dilatação. As verbas para reforma da pista ficaram para ser discutidas em reuniões do Orçamento Participativo.
A irmandade do skate
A cada descida, meio ajoelhado, meio de pé, até o bowl da pista de skate do Marinha, o pequeno Amon Duran Ferreira, seis anos, precisa de uma mãozinha amiga para alcançar a borda. Primeiro, um skatista mais velho leva seu "carrinho" para fora da pista. Depois, Amon pega distância, se concentra e corre para tentar se agarrar ao truck (eixo) e ser puxado para cima. Nem sempre a função toda dá certo. Aí, é preciso que alguém lhe dê um empurrãozinho.
- Meu filho veio andando com um skatezinho vagabundo. Como ele não tinha medo de descer, a galera se apaixonou por ele. Aí, deram para ele shape (a prancha do skate) e rodas melhores, e eu comprei o resto. Isso é uma irmandade - conta Álvaro Ferreira Neto, 44 anos, pai do piá skatista.