
Onde havia apenas concreto, ao lado de uma praça em meio a um grande estacionamento, brotou uma floresta com índios, macaco e elefante. Nos limites da paisagem, um rinoceronte e um felino guardam o mural que, por falta de tinta, ficou sem céu. Realizada por artistas do grupo criARTE14, a obra encanta a todos que passam pelo local.
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A iniciativa partiu do próprio grupo, que já havia realizado uma outra intervenção na mesma parede. Conforme o publicitário Alan Diohnez, a intenção deles era recuperar o verde e o colorido que a cidade havia perdido com o tempo. Sem patrocínio e somente com o apoio de amigos e vizinhos, o grupo conseguiu tinta, material e estrutura para realizar a obra, que tem cerca de 7,5 metros de altura por 20 metros de largura, além de reunir a comunidade ao redor.
- Enquanto pintávamos, as famílias vinham para a praça com cadeiras para tomar chimarrão e curtir o nosso trabalho - afirma Leandro Alves, um dos artistas.
Segundo Alves, em parte, a temática foi decidida pelo volume de tinta verde que tinham. A partir daí, o grupo passou pouco mais que uma semana elaborando a composição da obra e como a colocariam em prática. Com os andaimes cedidos por uma empresa e o apoio de Iara Garcia, moradora do prédio, os artistas conseguiram completar o mural em uma semana, trabalhando em três turnos.
Para Diohnez, a execução do projeto seria quase impossível sem o apoio de Iara, que emprestou a residência para o grupo e guardou o material utilizado na pintura. Conforme Bruno Cocolichio, que com Alves e os artistas Giuliano Lenuzza e Ana Scarceli realizou a obra, um dos maiores objetivos do mural é conseguir tirar o foco das pessoas do entorno e fazê-las prestar atenção nos detalhes da pintura e refletirem sobre a importância dos elementos ali elencados.
Enquanto conversava com o grupo, a reportagem do ZH Menino Deus viu vários pedestres pararem para admirar e tirar fotos da parede onde repousa o projeto. Para a auxiliar de serviços gerais Marilei de Souza Soares e o filho, o auxiliar administrativo Anderson Luiz Soares de Souza, que sentados na praça observavam a obra, Porto Alegre precisava de mais iniciativas como a do criARTE14.
Com outros três amigos, os artistas pretendem repetir a experiência em outros pontos
de Porto Alegre.
- Não queremos parar por aqui. Embora não tenhamos nada definido ainda, porque precisamos muito de parceiros que consigam o material para trabalharmos, estamos tendo ideias para outras paredes por aí - pontua Diohnez.
Serviço ZH
Para quem quiser contatar o grupo criARTE14 ou doar material para os projetos, enviar e-mail para criarte14@gmail.com ou entrar em contato com o grupo pelo facebook: https://www.facebook.com/grupocriarte14.